Já se perguntou o porquê de algumas tardes serem tão saudosas?
Pode ser a tonalidade da luz, a velocidade que as nuvens se deslocam ou até mesmo os cheiros que o vento traz… Não importa. Algumas tardes tem jeito de saudade, tem cor de passado, gosto de adolescência. Quando se andava pela rua depois da escola, a caminho de casa, imaginando sonhos e desenhando a vida.
A nuvem branca no céu azul é idêntica àquela que presenciava o momento daquele beijo roubado no tapete de leitura, embaixo da janela, detrás das estantes, quando os lábios dele tocaram os dela pela primeira vez. Mal sabiam eles que muitos anos depois se reencontrariam e viveriam intensos momentos juntos, mas sem jamais viverem o amor que lhes fora destinado.
Ele tinha olhos negros. Ela tinha sonhos demais.
Ele falava de aventuras impossíveis. Ela jogava xadrez.
Ele escrevia histórias de detetive. Ela escrevia o nome dele no caderno.
Ele colecionava insetos. Ela poemas.
Ele contava os passos de casa até a escola. Ela passeava de bicicleta na frente da casa dele.
Ele foi embora. Ela viveu seus amores.
Ele murchou…
Ela?
Ainda respira fundo o odor das tardes saudosas sorrindo com os amores de adolescência.
Tão bobos…
Tão sublimes…
Muito Bom.
Parabens.
Ahh, o saudosismo, a nostalgia…tão intensa, nem sempre boa…mas verdadeira…Sou um nostálgico assumido…essas minhas tardes de “pueril” também sempre vem a tona!
Parabéns..belo texto…como sempre…
Bj